O Discovery é ponto de partida para iniciativas viáveis e bem sucedidas, alinhadas à capacidade das organizações e à realidade do mercado. Deve ser também um processo contínuo de ganhos de eficiência operacional e competitividade. Frameworks e inteligência de dados são importantes, mas o Discovery só funciona se focar as demandas objetivas e a cultura das organizações.
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Mais do que ferramentas, metodologias e contratação de consultorias, Discovery é uma cultura de observação, crítica, ponderação e iniciativa, que deve estar em cada projeto e fazer parte da estratégia. Para tornar esse ciclo contínuo e manter uma trajetória sustentável e adaptativa, o mapeamento realista e contextualizado de gaps, recursos e limites é apenas parte do trabalho. Benchmarks, frameworks e outras referências para as práticas de Discovery ganham sentido à medida que se traduzam em atitudes dos protagonistas, do executivo de growth, aos gestores, operadores, parceiros e o próprio cliente.
Discovery vai muito além de assessment, testes e relatórios
Se alguém das áreas de TI, growth, ou gestão for depurando suas buscas por “discovery”, depois de passar pelo canal de streaming, vai encontrar links para uma série de temas de tecnologia, conforme fornecedores de ofertas muito distintas apostam no termo.
Os DPOs, profissionais de ciência de dados ou de compliance, por exemplo, associam o termo imediatamente a “data discovery”. Nas organizações com uso intensivo de nuvem, pode vir à mente o Casb (cloud access security broker). Os fornecedores de ITSM (gerenciamento de serviços de TI) podem estar falando de inventário, enquanto o pessoal de cibersegurança se refere à descoberta de ameaças. Tudo isso faz parte da maioria das abordagens de Discovery. Mas o conceito e as práticas que funcionam são muito mais amplos.
O argumento comercial clássico dos fornecedores, assim como de muitos provedores de serviços, é rodar a solução em uma PoC (prova de conceito). Sem esvaziar a aplicabilidade desse critério, é bom ponderar que um dos erros mais frequentes na Transformação Digital e nos cases de insucesso é exatamente um conjunto de decisões razoáveis por si só, mas nem tanto quando se sobrepõem. Principalmente diante da complexidade das organizações modernas, cheias de papéis e interdependências, a autonomia pode virar um jogo de puxar cobertor curto sem uma estrutura de transparência que dê consistência ao senso crítico e à criatividade.
Discovery como transformação cultural e processo contínuo
Uma das condições para previsibilidade e resultados das iniciativas digitais é um bom mapeamento dos recursos, deficiências e da lista de prioridades a serem resolvidas. Para isso, a capacidade multidisciplinar do time é vital. Parece óbvio, mas ainda ouvimos histórias tristes por problemas, como a de uma PI Planning (que, por definição, deve se executar em três meses) travar por um problema de configuração de roteador, que só se resolveu com a inclusão de um especialista muito “escaldado” no time do projeto.
Além de uma boa composição do “portfólio de talentos”, os grupos que atuam em nossas atividades de Discovery respiram prospecção tecnológica. A indústria é rápida, os padrões e tendências mudam, e os clientes precisam converter tudo isso em transformações relevantes em seu contexto.
Outros eixos de uma cultura de Discovery são o acompanhamento da macroeconomia, do setor, a leitura crítica de estudos de caso, a participação em fóruns formais e informais, e a abertura de canais de comunicação internos e abertos. Deve-se pensar na avaliação em várias dimensões – financeira, posição de mercado, perspectivas – dos impactos e da ponderação de investimentos. O Discovery é um processo contínuo, em todos os aspectos; de atualização adaptativa da tecnologia, da organização e da abordagem ao mercado.
Inovação, frameworks e data driven com propósito
Sem um alinhamento correto às condições objetivas e à cultura, podem-se seguir os mais consagrados frameworks à risca e não se cumprirem as promessas. Também é possível tomar decisões erradas baseadas em dados precisos, se a estratégia for inconsistente ou se deixar pontos cegos na orquestração das iniciativas.
De fato, a implementação de frameworks globais de gestão e colaboração, em Discovery e outras disciplinas, representa grande parte das motivações que nos trazem os clientes. Também atuamos no monitoramento de dados da operação e do negócio como um processo vivo, com dashboards que cobrem os KPIs consagrados no segmento.
A sopa de letras (SAFe, ITIL, CISSP…) de frameworks, certificações e atualizações jamais vai deixar de fortalecer a capacidade de avaliar, comparar e propor rumos para os negócios. É claro que usamos os frameworks, mas sem apego e expectativa de balas de prata. Até para não atropelar contribuições importantes. Em vários casos, o risco de confundir resistências a serem trabalhadas com objeções legítimas, de quem enxergou impactos relevantes e não mapeados, pode comprometer a viabilidade e o sucesso. A chave para contornar essa distorção é uma abordagem efetiva de cocriação.
A incerteza faz parte do jogo, mas a hesitação se pode mitigar. Conforme as pessoas da organização adquirem e compartilham consciência sobre suas oportunidades e gaps; dos recursos existentes ou viáveis de se acrescentar; das demandas/expectativas dos stakeholders; ou até mesmo da assertividade dessas demandas e expectativas, todos se movem de forma mais coordenada.
Mergulhar na organização para Discovery de custos, oportunidades e trabalho oculto
Embora a tecnologia digital tenha uma tendência deflacionária, tanto em seus próprios preços quanto na redução de despesa por operação, no final do dia o mundo de hoje é mais caro. A conectividade, os dados e outras facilidades tecnológicas acabaram abrindo espaço para ideias até então pouco viáveis.
Cadeias de suprimento, marketing digital, desenvolvimento contínuo e outras inovações tornam a operação mais complexa. Consequentemente, acrescentam algum overhead.
A interlocução com as lideranças e os pioneiros digitais das organizações é vital para iniciativas de transformação. Essa é uma das justificativas para entregarmos projetos em que players globais de consultoria fracassaram. Junto à premissa de coautoria, de colocar as pessoas da empresa como protagonistas, é importante analisar fim a fim os processos e ouvir as pessoas. As respostas podem requerer aumentar o zoom, da direção, aos gestores e o pessoal operacional.
A equação de receita, custo e margem é insuficiente. É preciso entender os custos por áreas e processos, até porque às vezes o faturamento de um cliente ou área de negócio fica caro demais.
Em uma reportagem sobre IA e automação de processos, uma empresa cotava cursos de IA para o nível gerencial, enquanto dezenas de funcionários passavam mais da metade do dia copiando e colando dados do ERP nos portais dos parceiros, ou vice-versa. À medida que se descobre e se resolve com relativa simplicidade esse trabalho oculto, desvalorizado a ponto de ninguém perceber a ineficiência e falta de sentido, se liberam recursos para criar serviços e aumentar o alcance nos mercados digitais.
A AP Digital Services ajuda a Transformação Digital acontecer, com estratégias precisas e eficazes em cada realidade de negócio. Nossos times multidisciplinares trabalham ao lado dos que vivem o dia a dia de sua empresa, em uma abordagem de cocriação, que acelera a superação de contratempos, além de trazer colaboração e engajamento às inovações.
Profissional com mais de 20 anos de experiência no desenvolvimento de produtos e inovação. Luciana atuou em grandes empresas, como CI&T, Coca-Cola Company e Accenture.
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